quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Vento no litoral
Hoje estava trabalhando quando, da minha lista de músicas, tocou uma que me inundou com lembranças. Uma música, que creio eu, encha a mente de qualquer pessoa com lembranças da adolescência. Da fase dourada da vida. Pois é. Aposto que muitos que lêem já sabem de qual música estou falando. Ela começa assim...
"De tarde quero descansar,
chegar até a praia e ver
se o vento ainda está forte
e vai ser bom subir nas pedras..."
É caro leitor. Não tenho dúvida que você pensou justamente nessa música: Vento no Litoral. Já ouvi algumas pessoas falarem que a música era um assinado de suicídio, que era música para deprimido e tantas outras coisas. Não concordo com nenhuma dessas classificações. Para mim, a música é minha adolescência. Minhas amizades, minhas brincadeiras, minhas dificuldades, alegrias e tristezas. É isso que é a música para mim. Quando me foi perguntado uma vez como eu podia achar que a música não era depressiva, respondi:
"Minha adolescência não foi difícil como de muitas pessoas que conheci e tantas outras que vejo no trem, na rua, ou sentada na esquina de alguma rua. Eu tive casa, comida, companhia. Deitava no chão tanto para me refrescar do calor de Recife como para brincar fazendo paródias com a revolta adolescente. Matei muitas aulas e levei broncas de coordenadoras. Fingi estar doente também e só parei quando a coordenadora já não dirigia mais a escola.
Joguei bola, videogame, elifoot, manager, assisti pokémon, colecionei figurinhas, assisti bob esponja no cinema e Shrek 1. Joguei muita conversa fora, antes, durante e depois das aulas. Tomei muito sorvete e caminhei muito mais ainda no calçadão de Olinda que na época era um monte de pedra mal posta. Comemorei aniversários e jogamos ovos em aniversariantes. Fomos na praia jogar futebol e volei. Sentamos cinco pessoas no banco traseiro de um gol branco.
Sinto saudades da adolescência tanto quanto da infância."
A pessoa então perguntou se eu gostaria de voltar a viver o que vivi na adolescência. Pensei um pouco e refutei a idéia. Então ela me perguntou:
- Por quê não se sua adolescência foi tão feliz?
Olhei nos olhos da pessoa e a minha resposta estava na própria pergunta da pessoa. Não voltaria porque fui feliz e não iria querer correr o risco, caso voltasse, de estragar tudo.
Bom, para os que me conhecem, sabem que eu não teria como falar exatamente o que está escrito aqui, porque quem me conhece, me conhece. Sou muito melhor na escrita do que falando.
Um grande abraço para todos e comentem.
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Poxa, tabacudo! Pegasse MUITO pesado!
ResponderExcluir"Tomei muito sorvete e caminhei muito mais ainda no calçadão de Olinda que na época era um monte de pedra mal posta." Vivas aos Super Bacanas!